domingo, 12 de junho de 2011

Rosas Vermelhas


Os enamorados vivem duas vezes. O tempo funde-se nos seres enamorados, misturando passado, presente e futuro. Como em um jogo de videogame, ganham uma vida extra. Uma é a vida normal, a da rotina, a do mundo material. A outra é uma vida bônus, um acréscimo, uma ampliação da consciência universal em cada um de nós, uma luz que denuncia as cores do mundo tornando o céu mais azul, anunciando o entardecer como uma aquarela de tons arroxeados beijando o morno do alaranjado solar e os pássaros que cantam em harmonia com sua coreografia de balé no palco azul do mundo – asas esticadas, bico levantado e pés alinhados -.  Nosso olhar se torna seletivo e as flores se sobressaem as ervas daninhas. Nossos sentidos todos ficam transtornados, exacerbados e involuntariamente mapeiam as belezas que antes despercebidas se escondiam quando passávamos. Quando amamos, levitamos, e mesmo assim, enxergamos o que está rasteiro e o que está no alto. Passamos de mero figurante a personagem principal de um filme em 3D. O amor nos torna uma pessoa melhor, mais saudável, mais caridosa, mais tolerante e acessível. O amor nos transforma naquilo que é o nosso melhor. Nesse outro ser que inala pausadamente o perfume das rosas e expira boas intenções.

De todos os amores na vida, nenhum é tão traiçoeiro e adorável ao mesmo tempo como o amor romântico.  De todas as flores, a rosa. De todos os perfumes, o da rosa. De todas as cores, o vermelho da rosa. De todos os veludos, o das pétalas de uma rosa. Os enamorados se transformam em botões de rosas que se encontram, seus espinhos caem por terra, suas folhas tornam-se braços que se procuram; a pele tem perfume rosado; o rosto se avermelha em tímidos suspiros, corados de amor. Acidente ou destino? Conquista ou bênção? Os caminhos para se chegar ao amor verdadeiro nunca foram totalmente desvendados. Sabe-se, apenas, que quem sofre de amor romântico e é retribuído tem o sofrimento mais doce dos mundos e nunca quer sarar. A dor da saudade é uma dor amiga. A dor das lembranças quando longe é uma ansiedade com a certeza que o encontro fará com que o mundo pare para os dois. Afastar-se de um amor que une dois universos e os transforma em um céu bordado de estrelas, desenhando uma vida de único sentido, é impossível. Felizes são os que encontram seu par cedo na vida. Muitos procuram a vida toda e não percebem quando ele passa fantasiado, escondido sob olhares que buscam o chão, envergonhados por traírem o maior dos segredos... Um amor verdadeiro pode se esconder em um jardim repleto de coloridas flores, impedindo que você o identifique, até que ele murche de solidão. Fique atento. Permita-se amar. Observe as rosas. A rosa simboliza o amor dos casais enamorados, a perfeição que Deus criou, o encontro, as almas que se atraem ignorando fronteiras, distâncias, idade, sexo, classe social, cultura e idioma.  O reconhecimento pela íris que ilumina a ponto de cegar seu par, que nada mais enxerga além da pessoa amada. Se as paixões são estrelas, lindas, fortes, piscantes e limitadas, o amor é o cometa que rasga o nosso céu e nos mostra o desconhecido em nós mesmos. Estrelas se apagam. Os cometas são eternos porque mesmo quando não mais os vemos, deixam nossa história marcada para sempre. Mesmo quando idos, continuam a passar em nossa frente, como flashbacks involuntários, e não tenho dúvidas de que na hora de partirmos, não são as paixões que nos receberão do outro lado, somente os amores genuínos, do amor cristão ao amor romântico. A coroa de flores representa nossa despedida da vida, da vida de solteiro, da vida de estudante: flores do campo, lírios, alfazemas, pequenas margaridas, tulipas, rosas brancas, amarelas ou cor-de-rosa... Mas cada pessoa tem a sua rosa vermelha, aquela pela qual anseia e deseja segurá-la na mão na sua última viagem, a que representa o amor romântico, o encontro do par, o companheiro eterno, o fim da procura.

O Dia dos Namorados não é somente o dia doze de junho. O Dia dos Namorados é todos os dias em que acordamos e, ao pensarmos no nosso par, sorrimos. Porque o amor saudável não dói. O verdadeiro amor é uma benção.

Elvis, o eterno namorado, com sua voz marcante, gravou Let it be me, dizendo exatamente isso. Gostaria que a tecnologia houvesse evoluído ao ponto dessa música tocar enquanto o leitor lesse essa crônica. Já existe algo parecido que em futuro breve será lançado, o jornal em papel com acesso ao mundo virtual em um computador próximo. Os milênios passam, a tecnologia evolui, mas o amor é o mesmo do começo dos tempos. Os que o encontram e são retribuídos, são mesmo abençoados.

“God bless the day I found you/I want to stay around you/And so I beg you/Let it be me…”

Tradução livre: Deus abençoe o dia em que te encontrei, eu quero sempre estar perto de ti, então eu te imploro, deixe que seja eu...

                                                                                                   Simone Pedersen


Anônimo disse...
Apesar do atraso em responder sua crônica (estava em Santos),v enho cumprimentá-la por mais esse seu interessante texto,
Abraços,
domingo, junho 19, 2011 2:43:00 PM
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Anônimo Anônimo disse...
Sei que é a cara da Simone atual mais refinada e de gosto musical diferenciado!!! rsrsrs To Dream...
domingo, junho 19, 2011 2:43:00 PM
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Anônimo Anônimo disse...
Cara Simone

Obrigado pelo e.mail mas nunca consigo mandar e.mails para você . Qual é o segrego que o e.mail de vocês não aparece aqui? Ando achando que é o Sombra!
Abração
domingo, junho 19, 2011 2:44:00 PM
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Anônimo Anônimo disse...
Bonito e agradável o texto.
domingo, junho 19, 2011 2:44:00 PM
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Anônimo Anônimo disse...
Isso não diz respeito a solteiras como eu...
4 em 4 relacionamentos só vejo o resultado da bad trip, mas linda a metáfora das rosas vermelhas. bjk
domingo, junho 19, 2011 2:44:00 PM
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Anônimo Anônimo disse...
Lindo, como sempre!! Beijos!
domingo, junho 19, 2011 2:44:00 PM
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Anônimo Anônimo disse...
E como esta segunda vida é mais gostosa do que a primeira.!
Tão gostosa que faz a fente se esquecer da outra
domingo, junho 19, 2011 2:45:00 PM
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Anônimo Anônimo disse...
Lindo texto, Simone!

Agradecemos o envio.
domingo, junho 19, 2011 2:45:00 PM
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Anônimo Anônimo disse...
Amo isto minha querida amiga poeta Simone...Sou uma eterna namorada, romântica para além de além. Esta crônica toca o coração dos amantes, viu? Beijos pra ti!
domingo, junho 19, 2011 2:45:00 PM
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Anônimo Anônimo disse...
Lindo, Simone!!! Uma bênção receber suas crônicas... Meu dia fica mais cor-de-rosa... Beijos!!!!!!!
domingo, junho 19, 2011 2:46:00 PM
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Anônimo Anônimo disse...
Lindo!
Obrigado!
domingo, junho 19, 2011 2:46:00 PM
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Anônimo Anônimo disse...
Bonita crônica!
Sei que vai gostar deste video, como eu gostei! Bjs
domingo, junho 19, 2011 2:46:00 PM
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Anônimo Anônimo disse...
Muito linda, Simone! Fala da magia do amor sem ser piegas...
Parabéns!
bjs
domingo, junho 19, 2011 2:47:00 PM
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Anônimo Anônimo disse...
Oi Simone. Prazer te conhecer. Muito legal a sua crônica.
domingo, junho 19, 2011 2:49:00 PM
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Anônimo Anônimo disse...
querido adorei este texto. Nao acho piegas amor romântico.. só não tenho muita paciência pra este exercício diário dos casais.....as vezes as pessoas confundem com dependência física...Pra mim o melhor da história é sentir saudade, pois saudade é a plenitude do querer e do amor....A cada dia sinto mais evidente o fato de que o amor é o sentimento que nos difere de todos os outros animais.. os animais protegem e alimentam pela preservação da espécie, fazem sexo por instinto,vivem em grupos pela defesa somente.. e vamos combinar... o amor e muito mais que tudo isso..
um beijo
domingo, junho 19, 2011 2:49:00 PM
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Anônimo Anônimo disse...
Simone - boa tarde.

Agradeço a linda mensagem.
Perfumou a minha tarde.
domingo, junho 19, 2011 10:23:00 PM

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