O vinho caríssimo escorre pela garganta sedenta preparando-o para a próxima degustação.
Do outro lado do bar, a moça pensa:
“- Com esse me deito, estou morrendo de solidão...”
E ele, regozija em pensamentos carnais: “Hoje me deleito, carne nova, sangue fresco!”
Horas depois, ele a deixa desacordada sob os lençóis lilases do seu quarto rosa. Antes de sair, coloca um objeto de sua antiga penteadeira – uma boneca de porcelana – aninhada em seus braços.
Entra no carro, com o vermelho ainda escorrendo pelo queixo.
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