terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Siameses


As flores secas e sem vida
No vaso de cristal sobre a mesa
Mostram um tempo que já se foi
E o que fomos eu e você
O perfume que não mais embriaga
A beleza que não mais encanta
No gesto o amor contido
Despetalado e exaurido
Houve um tempo de sementes
Fecundas no ventre da paixão
Antes de florescer nosso amor
Siameses, desenvolvemos laços infinitos
Sem espaço para ser um mais um
Sufocados, ressentidos
Somos, hoje, nenhum.

(ilustração de Paulo Branco)

Essa poesia foi premiada em vários concursos, entre eles FEUC do RJ (Poesia Falada)  e Dar a voz a Poesia de Portugal. Agora será publicado pela Revista Kyrial da PUC-Campina.

Nenhum comentário:

Postar um comentário